sábado, 29 de maio de 2010

“Kane Couraio, Ana!”


Luiza Adriana, minha amiga de quem já falei nesse blog me mandou hoje uma linda e melodiosa canção grega chamada: “Pou Na sai Tora, Ana”. Foi uma resposta às minhas expectativas de mudanças. Ela disse: “Kane Couraio, Ana”, cuja tradução ela disse ser: “Tenha coragem, Ana”.

Como eu não entendo uma misera palavra de grego fiquei escutando e imaginando e decidi fazer a minha versão.

Tenha coragem, Ana
A vida é efêmera.
Ana, pare de ficar fazendo conjecturas e simplesmente, viva!
Viva e esqueça os problemas, eles existem para todos.
Sinta-se alegre, apenas por estar viva, não te parece muito?
Observe as luzes, sinta a melodia da vida pulsando.
Se for preciso, viaje, vá para a Espanha ou apenas tome uma taça de vinho.
É seguro que tudo vai melhorar e que você vai se sentir feliz, como se pisasse na neve com os pés descalços.
Ana, é incrível como viver pode ser bom.
Pense! A vida é um dom supremo de Deus, a natureza humana cumpre seu destino.
Cria coragem, Ana e segue!
Há setas indicando o caminho, você não as vê?
Há bosques e flores e cores, muitas cores.
Isso não consegue te dar um pouco de paz?
Da vida nada se leva, a não ser a alegria de viver em paz.
O resto é apenas poeira, que se vai.
Venha Ana, me siga, eu guiarei os seus passos.
Não tenha medo, não temas, o medo é apenas uma ilusão.
A vida é incrível, Ana. É o máximo que se possa querer.
Deixe para trás esse horizonte de tristezas e dias pálidos
Há flores, Ana, há volúpia. Isso não é bom?
Aquilo que você escolher viver, Ana. Assim, será.
Veja bem, é sua última chance de viver.
Hoje, rapidamente pode ser “yesterday”...
Observe, Ana, o destino te envia sinais todo o tempo e você não os vê.
Está cega, Ana? Cega?
Ana, não tema se jogar do trapézio. Sempre haverá uma tela de proteção.
Além disso, há amor e sonhos e isso é bom.
Cria coragem, Ana. Cria coragem, Ana. Cria Coragem, Ana.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Vida Real



Sábado assisti ao capítulo final da novela das oito. Aliás, a televisão tem sido uma constante na vida que me coube ter nesse momento. Minha rotina está estruturada e alinhada com a programação. Às nove da manhã vejo um episódio de Law&Order. Nesse seriado, a primeira cena invariavelmente apresenta um crime e na sequencia, somos levados a deduzir os motivos ou tentar identificar entre os suspeitos, o mais provável. Quase sempre há uma reviravolta e a trama acaba resvalando em situações mais complexas do que a simples resolução e punição do criminoso. Muitas vezes, a identificação do assassino se torna coadjuvação para situações mais intricadas e os dilemas dos próprios “fazedores da lei”, acabam se tornando o principal atrativo da trama. Depois de Law&Order continuo no mundo do crime. Sigo para dois episódios de “Medical Detetives”. Nesse caso, são estórias reais, dramatizadas, mas que querem ressaltar a importância da ciência forense para descobrir crimes que não têm testemunhas. A saliva em um envelope, uma gota de sangue, os sinais de suor deixados numa luva acabam se tornando pistas que levarão à prisão do criminoso. Curiosamente, em muitos casos, o assassino é alguém da família. Um marido aparentemente zeloso, um filho carinhoso, um tio acima de qualquer surpresa ou uma mulher ambiciosa, que se escondia na pele de uma exemplar dona de casa.Outras vezes, a morte surpreende de forma inacreditável, por meio de improváveis coincidências, que são mais inusitadas que a ficção.


No decorrer do dia eu vejo o Jornal Hoje e estabeleço uma perfeita interação com os apresentadores: Sandra e Evaristo. É como se estivéssemos conversando depois do almoço, comentando as notícias do dia. Depois assisto o Vídeo Show. Se eu tiver um pouco de sorte, pode ser que passe um filme legal em um dos canais do Telecine ou eu encontre uma matéria bacana na Globo News. A noite eu quase sempre vejo o Jornal Nacional e a novela das oito, que todos sabem, começa as nove. Terça-feira lá pelas 23h00 eu tenho um encontro com Olívia Benson e Eliot Stabler, os detetives da franquia de Law&Order que trata dos crimes sexuais. Quando tenho sorte, consigo capturar algum episódio de “Cilada”, no Multishow. Afinal, é preciso dar risadas no meio de tanto sangue.


Mas voltando ao último capítulo da novela... é curioso como eles são sempre iguais. Há uma avalanche de felicidade na forma de casamentos, nascimentos, reconciliações, encontros e encantos. Invariavelmente há lágrimas. As minhas, principalmente. No dia do último capítulo de “Viver a Vida” eu estava bastante sensível e quando subiram os créditos finais, minhas lágrimas podiam regar um hectare. A pergunta que eu sempre faço é: quando será que eu vou ter meu último capítulo? Ou seja, quando é que tudo vai dar certo prá mim? Quando é que o mocinho vai se dar conta de que eu sou a mulher perfeita? Quando é que o beijo terá um fundo musical arrebatador e um corte para uma paisagem de cinema? Aonde está o autor que será responsável por virar as páginas da minha vida e me dar um final feliz? Eu vivo com os olhos na ficção, mas o que encontro diariamente é a mais pura e dura: vida real.