sábado, 26 de fevereiro de 2011

"Tonight's The Night"!!


Desde o acidente com o Rodrigo tenho vindo por aqui tentar escrever, usar as palavras para colocar ordem nos meus sentimentos confusos. Mas elas estão arredias. Passo horas construindo narrativas, fazendo relatos de coisas que me acontecem, de pensamentos, de angústias, de alegrias, de inquietações. Mas ao final, termino com uma tela em branco, como se minha mente tivesse passado por um processo de entorpecimento.

Depois de viver a experiência que tivemos com o Rodrigo, ser notícia de jornal, sentir medo de perder meu filho, revolta por tudo que passamos e de ainda por cima estar esperando a realização da segunda fístula, para finalmente chegar à hemodiálise, os sentimentos são controversos e tenho medo da armadilha do discurso da autocomiseração. Não! Eu não quero sentir pena de mim.

Para aplacar a angústia eu cuido de fazer aquilo que é a minha especialidade. Sim, eu aperto “play”. Ultimamente, não são os filmes românticos, os contos de fada contemporâneos que monopolizam minha atenção. Eu mergulhei no universo sanguinário de um serial killer por quem me apaixonei. Sim, minha mãe sempre me alertou – “você gosta de homens complicados “ – e essa paixão é a responsável por eu passar meus dias e noites de espera mergulhada numa trama que discute a dicotomia que há entre nós. A prospectar a linha tênue que existe entre “bem” e “mal”.

Falo de Dexter. O serial killer que é especialista em matar “serial killers”. O perito forense que por trás de sua aparente meiguice, esconde um assassino frio. Acreditem: adorável. É impossível não amar Dexter e não torcer de forma visceral para que ele continue sua jornada de justiceiro. Eu nunca defendi o “olho, por olho, dente por dente”, mas não posso evitar sentir que, ficcionalmente falando, Dexter é um herói. Meu herói do momento.

Devo a ele e as cinco temporadas que assisti e que estou revendo, a pacificação dos meus próprios medos. Enquanto o vejo no seu ritual de morte, me encho de vontade de viver. Para mim, como no jargão do personagem, "Tonight's The Night". Dia ou noite, sempre será a hora de me entregar. À Dexter. E à vida.

6 comentários:

Anônimo disse...

Eu fiquei arrepiada ao ler o seu texto... Ainda não descobri a razão do meu encantamento pelo Dexter, mas sempre me identifiquei com as reflexões dele. E passei isso pra frente, apresentando a série para um número já desconhecido de pessoas. Amo o Dexter. E sinto falta dele. Vou começar a assistir todas as temporadas de novo. Quem sabe isso aplaque a abstinência...
Beijo,

Alécia

Equilibrista disse...

Querida,

Dexter é como uma droga letal. E eu achava que nunca me recuperaria de LOST...Eu também sinto falta dele, como se fosse um amigo querido que viajou e para aplacar a saudade a gente revê fotos e lembra os momentos que tivemos "juntos". Vamos esperar a sexta temporada e torcer para que o tempo que estivemos distantes seja recompensado com ótimas surpresas. Bjs

Solange disse...

Lembra quando que falei que adorava Dexter e você achou um absurdo?
Muito me surpreendeia uma pessoa que ama Chamas da Vingança não gostar de Dexter.
Você se tornou uma dextermaníaca (rsrsrs).

Beijos,
Sol

Equilibrista disse...

Hahahahaha... "Chamas da Vingança" é "Chamas da Vingança", meu clássico "trash". Sobre Dexter, não se esqueça de que experimentei pela primeira vez num momento em que estava muito, muito, mal. E quem disse que a gente não pode mudar de ideia? Aliás, a gente muda até de personalidade. Lembra quando eu era você e agora você "virou eu"? (rs) Bjs

zildete melo disse...

Adorável equilibrista,

Você já se deixou enrredar pela trama de Prison Break?

Aperte o play se for capaz, e depois tente apertar stop.
Missão impossível! jkas, zil

Equilibrista disse...

Zil, minha querida... Faz pouco tempo que me recuperei de "Prison Break". Michel Scolfield era meu herói até eu cair de amores por Dexter. Mas você sabe, "quem foi rei, nunca perde a majestade". Saudades. Bjs