quarta-feira, 8 de julho de 2009

Pequenos Prazeres


Tenho tido insônias sistemáticas, mas esse post não será um revival sobre não dormir. Estou de férias. Bem, daqui a pouco vou sair para acompanhar uma reunião no Congresso, entretanto ganhei uma semana para “descansar”. Até o momento não pude fazer isso como se espera de alguém que esteja de folga. Não fui à praia. Provavelmente não irei. Não viajei para uma temporada em Campos de Jordão – afinal, é inverno. Desde que estou de férias tenho me ocupado daquilo que inevitavelmente fica de lado quando temos três empregos: tentar colocar um pouco de ordem na sua vida pessoal.

Estive em Goiânia para ver minha mãe, comemoramos o aniversário da “sobrinhazinha” e do Helvécio e voltei correndo – literalmente – para entregar meus relatórios de final de semestre. Ontem, depois de concluir essa tarefa decidi que estava na hora de fazer alguma coisa para marcar as férias. Então, fui fazer aquilo que mais gosto: cinema.

Fui ao Casa Park ver “Trama Internacional”, com Clive Owen. Afinal, eu merecia umas horinhas com aquele espécime inacreditavelmente lindo. Bem, não foi possível, pois ele só estava disponível em uma sessão muito além da minha paciência de esperar. Acontece, quando a gente não se programa e espera que o acaso dê uma forcinha.

Para não perder a viagem decidi experimentar “pequenos prazeres”que estavam à mão, como entrar na Cultura e passar alguns momentos de puro delírio diante daqueles zilhões de livros, CDs e DVDs. Com algumas exceções, Paulo Coelho, por exemplo, e daqueles abomináveis livros de auto-ajuda eu acho que levaria quase tudo para casa. Ou melhor, eu adoraria ajustar minha casa àquele universo de letras e sons.

Sentei-me para um café – não! a livraria não merece aquele café, pois seus atendentes destoam das pessoas incríveis da Cultura, que sabem escrever corretamente na tela de pesquisa o nome do autor ou da obra que você procura, ao contrário de outras livrarias em que as pessoas se escondem para não te ajudar ou escrevem assessoria com “c”: “acessoria”. (Tenho certeza que o André sabe o quanto isso afeta minha auto-estima).

Claro que comprei quatro livros. E também um DVD. E por pouco não comprei uma edição estupenda de um livro que conta a história dos "vestidos". Antes que meu salário ficasse retido naquela pequena Disneylândia fui até a Tok&Stok. Então, submeti-me a outra sessão de êxtase. Não seria perfeito? Morar na Tok&Stok e ter todos os livros, CDs e DVDs da Cultura?

Percorri cada pedacinho da loja, imaginando como adoraria ter uma mesa enorme com meus livros, computador e todos aqueles apetrechos de papelaria. Eu queria metade daqueles bloquinhos, incluindo os do “Pequeno Príncipe”, os porta-clips, os porta "qualquer coisa". Claro, também queria todos os imãs de geladeira, aquele delírio de pegador de saladas, as louças – principalmente um prato floral que estava em promoção – os copos (sempre os enormes) e aquele dosador de especiarias...Como é que eu vivi até hoje sem um dosador de especiarias?

Ops! Estava na hora de ir embora. Bem, eu comprei uma petisqueira linda que até agora não consigo identificar se tem um desenho de peixe ou melancia. Talvez um peixe depois de comer uma melancia. Estava entre os itens da promoção e é assinada por alguém que se chama “Jonathan Adler”. Não faço a menor idéia de quem seja o “designer”, mas a verdade é que é linda e agora tenho uma exclusiva petisqueira, especial para servir coisinhas à beira da piscina. Ok! Também não tenho piscina.

Prazeres são assim. A gente precisa e não tem que explicar.

Um comentário:

Bailarina disse...

Ainda bem que não estou de férias! Ainda bem que não estou aí! Já pensou? Ai, ai! Tenho me privado desses pequenos prazeres a espera de que eu tenha muitos grandes prazeres na terra dos "hermanos"!

Em tempo: eu tbem o odeio o café da Cultura! Só vou lá porque o Dani insiste em tomar o tal Nespresso (detalhe: R$ 7,80 - o pequeno prazer dele sai caro) rs