quarta-feira, 7 de julho de 2010

"...Um Equilibrio sobre a loucura"...


Estou em contagem regressiva para os cinqüenta anos. Não sei se é isso que me tira o sono, afinal de contas, não é fácil para uma mulher olhar o tempo que avança. Não fiz planos para a minha vida aos 50. Fiz isso aos vinte, trinta e mesmo aos quarenta, mas não me ocorre nada quando chego agora ao limiar dos cinqüenta.

Minha mãe ficou viúva antes de completar 43 anos. Algumas mulheres estão experimentando a maternidade pela primeira vez nessa idade. Outras, já são avós, algumas são gordinhas, outras são saradas, umas são peruas, outras executivas, outras parecem não querer aceitar que o tempo de mocinha, passou. Outras tantas se comportam como se tivessem muito mais e se curvam ao peso de uma idade que ainda nem chegou.

Quando tinha 15 anos me lembro de uma amiga chamada Carla Soraya, que fazia conjecturas de como seria quando chegássemos aos vinte. Ela entendia que isso seria cruzar uma linha perigosa rumo à velhice. Na época, para nós, o máximo de expectativa limitava-se a ter 18 anos e chegar a Universidade.

Eu não faço ideia do que fazer aos cinqüenta. Não consigo imaginar que tipo de protocolo seguir, qual o manual dessa idade? Penso que, como diz o ditado, a vida esteja começando, pode ser que ela esteja em compasso de espera. Pode ser que a falta de planos seja, na verdade, o grande projeto para quem chega a esse patamar. Talvez não seja mesmo tempo de se perder em projeções. Talvez, a melhor alternativa para quem chegue aqui, seja apenas viver. Um dia, depois outro, depois outro.

Ou como lembrou a sábia amiga Luiza, que sempre encontra uma música que representa minhas inseguranças, nesse estágio, talvez a melhor alternativa seja “manter o equilíbrio sobre a loucura”, deixar a vida fluir, recolher as armas e encerrar a guerra.

SALLY

“Sally é uma mulher que não tem mais vontade de fazer a guerra.
Sally já sofreu muito
Sally já foi punida por cada distração ou fraqueza, por cada cândida caricia, dada para não sentir a amargura ...
Ouve que lá fora chove, ouve um belo rumor ...
Sally caminha pela estrada, com segurança
Sem pensar em nada
Agora olha para as pessoas de maneira casual
Esses momentos já não causam pertubação...
A vida é como um arrepio rápido. É todo um equilibrio sobre a loucura
Mas talvez, Sally, esse seja exatamente o sentido do seu caminho
Talvez, no fim haja sofrimento
Mas ao final dessa triste história
Alguém tenha coragem
Para lidar com a culpa e excluir dessa jornada, todas as perturbações
Um pensamento lhe passa pela cabeça: Talvez a vida não esteja totalmente perdida
Talvez alguma coisa esteja salva, talvez, talvez não tenha sido tudo um engano,
Talvez, talvez...”


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