quarta-feira, 30 de junho de 2010

SOBRINHAZINHA...

De vez em quando venho por aqui para falar de alguém especial em minha vida. Hoje, chegou a sua vez. Não que eu não tenha tido, antes, razões para mencionar o enorme amor que sinto por ti. Acho que no quesito declaração de amor, estou em dia, pois não são raras às vezes que te escrevo apenas para dizer “te amo”. E também não posso me queixar de não ter esse amor retribuído. Na sua vida que mais parece um tsunami, sempre houve espaço para que pudéssemos celebrar a amizade que há entre nós.

Eu diria que mais que amigas, somos como irmãs. E não é a irmandade que se impõe pelo sangue, mas que se estabelece pela escolha do amor, pela afinidade e até porque não, pelas diferenças.

A primeira lembrança que tenho de ti é vermelha. Você tinha pernas e bochechas gordas e estava coberta de brotoejas. Era seu primeiro aniversário e lembro que ficamos horas enrolando pirulitos com cara de menina de “maria-chiquinha” e doces em formato de cenouras e maçãs.

Minha segunda lembrança é de uma menina que parecia tímida e que seria muito aplicada nos estudos. Depois, como minha memória não é das melhores, eu lembro de você emburrada e da famosa crise dos sapatos que você teimava em não guardar. E apesar de todas as promessas de castigo, não arredou pé.

Depois me recordo de um cabelo meio “Farrah Fawcett”, uma coisa em camadas e da sua boca que estava sempre ensaiando um bico. As outras lembranças são de histórias contadas pelas suas irmãs. Coisas de almas penadas na fazenda do “tio Zé” e outras presepadas de meninos, que eu sei, vocês aprontaram em profusão.

Lembro de levá-las ao cinema, lembro de um show do Lulu Santos em Brasília, quando vocês chegaram à adolescência, mas esse tempo, minhas lembranças alcançam vagamente. Eu também cuidava de inventar uma vida nova em uma nova cidade, e essa era uma fase em que sobrinhas não estavam muito interessadas em fazer confidências às tias.

No nascimento do Guilherme, lembro das três: Eliane, Cristina e Viviane. Vieram a Brasília com minha mãe e era uma alegria ver meu filho se tornar um pouco o brinquedo favorito de vocês. Depois, bem depois, fizemos uma viagem a Maceió e esse foi um momento de confidências mútuas. Você nunca foi dada a falar de sua vida pessoal, mas diria que chegou a esboçar dúvidas e elas me fizeram ter algumas certezas sobre seu futuro, que infelizmente vieram a se confirmar.

À minha maneira tentei um atalho, porque achava que podia fazer seu caminho seguir outra direção. Você veio a Brasília e eu apostei todas as fichas que poderia te ajudar a escrever outra história, mas houve um telefonema e você, como é seu costume, saiu de mansinho e nunca mais voltou. E nunca falou sobre isso. Demorei para entender, mas descobri que esse era seu jeito de dizer “não”.

Há muito para dizer sobre o tempo que separa essa época da que vivemos hoje. A mais importante delas, é que a despeito de todo sofrimento, de todas as mágoas, de todas as lágrimas e dúvidas e idas e voltas e medos você foi capaz de se reinventar. Quando achamos que só haveria cinza, você veio completamente rosa choque. E verdejou e floresceu. Tomou para si as rédeas da sua vida. E isso encheu a nossa vida de cores também.

Agora você tem muitos motivos para celebrar a vida. E é isso que tento fazer. Celebrar. Mesmo que não possa estar fisicamente presente, mesmo que não possa te abraçar bem forte, quero que essas palavras te façam saber que hoje, as minhas melhores vibrações são para você. Todas as orações te pertencem e ordeno que todos os anjos digam “amém” para a sua alegria, saúde, amor, harmonia e prosperidade.

Por fim, quero te dizer que tenho quatro sobrinhas, mas “sobrinhazinha”, só tenho uma. Assim como tenho certeza de que só há uma “tiazinha” na sua vida.

Feliz Aniversário! Feliz Dia! Feliz Noite! Felizes os beijos e abraços e carinhos. Feliz! Hoje, amanhã e sempre.

Com o amor da sua única e verdadeira.

Tiazinha.


PS. Eu queria como trilha sonora desse post uma música que representasse a nossa amizade, mas eu fiquei confusa. Então, escolhi Julieta Venegas.

3 comentários:

Bailarina disse...

Essa nova vida dela tbem me alegra muitissimo! Foi bom vê-la mudar de cor! E vc acertou em cheio na trilha sonora, se é que eu conheço um bocadinho a minha irmã. Ah...I have good news! Mas estou tão cansada que deixo pra escrever por mail, amanhã! Beijo pras duas!

Unknown disse...

Nunca imaginei que fazer 40 anos seria tão especial! A gente escuta falar da idade da loba, do quanto é iluminado estar nessa fase, mas sinceramente...estou surpresa! E digo isso porque tenho experimentado coisas lindas e maravilhosas nos últimos dias...como essa homenagem tão linda que vc me fez! Vou te confessar que sempre tive vontade que me dedicasse algo parecido em seu blog...e chegou! Tiazinha, acho que nunca é demais frisar o quanto é importante pra mim, o quanto desejo sua felicidade e o quanto gosto de estar com vc! Se hoje estou vivenciando esse “momento rosa choque”, com certeza, devo muito disso a vcs todos que sempre me ofereceram muuuitooo amor! Te amo imensamente. Sobrinhazinha

Equilibrista disse...

Querida, eu só desejo que as boas vibrações dos "quarenta" te acompanhem por todas as idades.Bjs