sábado, 25 de dezembro de 2010

Foi Natal!!


O natal sempre foi especial na minha vida. No natal ou próximo dessa data muitas coisas importantes aconteceram para mim. Em 1969 eu passei o último natal com meu pai. Ele estava doente e saiu do hospital para ficar conosco. Há fotos dele dessa ocasião. Ele está muito triste. Por uma infelicidade ele se foi na manhã do dia 03 de janeiro de 1970. Eu nem tinha 10 anos e durante muito tempo essa tristeza foi uma chaga. Eu sentia e sinto ainda uma falta incrível dele.

Mas o natal também reservou muitas alegrias. Foi num natal que eu dei à minha família a noticia da minha gravidez. Lembro de ter comprado presentes para todos e que, particularmente minhas sobrinhas, ficavam felizes com esses mimos. Fiz o anúncio público do nascimento do Guilherme sob o olhar de constrangimento dos meus irmãos, mas a alegria indisfarçável da minha mãe que sempre me apoiou.

Tivemos vários pré-natais. Eu e meu grupo de amigas, Ana, Cláudia, Fernanda, Rita e Solange. Havia alegria em demasia e as brincadeiras faziam de nós um grupo que mais parecia de adolescentes e não de “senhoras” mães de família.

Os natais em família também eram muito alegres. E eu sei que tinha responsabilidade em torná-los assim. Sempre me empenhei em criar brincadeiras, comprar dúzias de bugigangas para dar à festa leveza e diversão. A Cristina sempre foi minha “vítima” favorita. Era para ela que eu me desdobrava na busca do presente mais bizarro. Ela já sabia e acho que até contava com isso. Num ano fui atrás das particularidades de cada um e fizemos uma espécie de “quiz”. Os micos eram garantidos. Quem não se lembra de sortear uma frase aleatória e fazer uma declaração diante de todos. Alguém é capaz de visualizar o meu irmão afirmando com toda sua sisudez: “eu sou gay”? E minha mãe roubando na dança das cadeiras? E quem consegue esquecer o primeiro amigo oculto do qual o Guilherme participou. Ele me chamando no cantinho e segredando desconfiado: “mamãe, eu tirei uma pessoa que não é da nossa família”. Tudo isso porque alguém teve a brilhante ideia de colocar no papelzinho o nome Anileide, verdadeiro nome da minha cunhada Leda.

Enfim, como diria Roberto Carlos: “são tantas emoções”.

Nesse ano pela primeira vez passei o natal longe de minha mãe e da minha família. Foi necessário. Fizemos uma confraternização de família. Nós quatro, mas não foi igual. Isso me afetou de tal forma que passei o dia acamada. Agora tudo que quero é que esse natal termine e que o próximo seja como todos os outros: ao lado da minha família. Nada no mundo é mais importante que as pessoas que amamos. Com festa, sem festa. Com presentes ou não. Sempre fazemos promessas para o ano novo. Que a minha, portanto, seja: nunca mais terei um natal como esse. Nunca mais, por nada, a não ser por morte ou doença terei um natal como esse. De tristeza, solidão e desalento. E não apenas o natal. Nenhum dia da nossa vida deveria ser pontuado de tristeza e melancolia.

2 comentários:

Bailarina disse...

Vc fez muita falta! Já pensou o "Mau" tirando essa frase do papi no quiz? rsrsrs

Equilibrista disse...

Nem consigo imaginar.
Bjs