segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Ser Michelle Obama


Na semana passada os olhos do mundo estiveram voltados para um acontecimento que será um divisor de águas na política americana. Num país em que as questões de raça sempre foram controvertidas, um homem negro chegou ao cargo mais cobiçado do planeta: a presidência dos Estados Unidos. A grande potência. A nação soberana sobre as demais.

A posse de Obama mereceu e continuará merecendo teses e teses. Ela tem sido analisada do ponto de vista político, antropológico, sociológico, econômico, cultural, social e umas tantas outras denominações.

Não menos importante foi o destaque que seu deu à primeira dama: Michelle. Uma mulher superlativa. É alta, imponente, elegante e nem de longe pode ser considerada uma eminência parda como Marisa Lula da Silva – bem, a comparação é por demais abissal.

Acompanhei pela TV toda a liturgia da posse. Foi bonito ver a multidão reunida debaixo do frio para aplaudir o homem que vai conduzir os desígnios da sua e de tantas outras nações. Mas foi também divertido acompanhar os esforços de jornalistas e cientistas políticos tentando decifrar uma questão que está além da geopolítica: que mensagens Michelle queria enviar com as roupas que usou nas cerimônias do dia?

Isso me instigou por alguns momentos a ser Michelle Obama. E na pele da Cinderela negra me perguntar: que mensagens estariam embutidas naquele figurino? Para ser franca penso que dificilmente me preocuparia – numa ocasião dessas – com pretensos discursos. Será que Michelle não foi apenas uma mulher intuitiva que escolheu sua roupa como qualquer uma de nós quando queremos “causar”?

Será que escolher uma estilista de ascendência cubana ou um jovem chinês de Taiwan faz parte de uma estratégia política ou verde e branco são cores que ressaltam a cor morena que agora tem tanto valor?

E francamente: quem se importa com estratégia quando se está nos braços de um homem que se não fosse presidente podia ser um astro de Hollywood? E quem se importa se ele não é exatamente um pé-de-valsa se te faz rodopiar lindamente ao som de “At Last”?

Michelle, você jamais lerá esse post, mas pode ter certeza de que fechei meus olhos um monte de vezes nesses dias e sonhei estar com aquele vestido branco de chifon nos braços de Obama levitando enquanto Etta James sussurra...

“At last my love has come along
My lonely days are over
And life is like a song
Ohh yeah
At last the skies above are blue
And my heart was wrapped in clover
The night I looked at you

I found a dream that I could speak to
A dream that I could call my own
I found a thrill to press my cheek to
A thrill that I have never known
Oh yeah yeah

You smiled ohh and then the spell was cast
And here we are in heaven
For you are mine at last
For you are mine at last”…


3 comentários:

Bailarina disse...

Um dia vc ainda realiza esse sonho de dançar com algum poderoso da política! hahaha

João A Fantini disse...

Este Obama tá fazendo chover. O dolar merece a alta: os americanos são o país dos sonhos. Vendem bem para o resto do mundo. A conta, bem, está chegando...

Equilibrista disse...

João, você acha que eu ia pensar em dolar nos braços do Obama? Fala sério, amigo.