sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

"Haja o que houver"



Houve um período da minha vida em que me agarrei fortemente às coisas que me pareciam familiares. O meu quarto, por exemplo, passou a ser um refúgio. Eu não gostava de sair de lá. Tudo que eu precisava estava ali, principalmente segurança e aconchego.

Eu gostava também de ver filmes repetidos. A mesma história repassada vezes e vezes dava-me a tranqüilidade de saber o que me esperava ao final. Não havia surpresas. E eu tinha muito medo de surpresas.

Foi nessa época que assisti de forma obcecada “Os Maias”, a mini-série da Globo baseada na obra de Eça de Queiróz. Para quem não conhece estamos falando do drama de dois irmãos que se apaixonam intensamente, sem saber de seus laços de sangue. Não sei quantas vezes repliquei os encontro e desencontros de Carlos Eduardo e Maria Eduarda da Maia. Sabia de cor diálogos inteiros. Principalmente os das cenas de amor. “Deve haver um sentimento assim... cheio de suavidade e sem tormentos”. “Porque há de se chegar logo ao fim das coisas”... “Adoro-te. Adoro-te”...”Não vês que estamos indissoluvelmente ligados”?

E toda essa teia embalada por Madredeus. Perfeito!

Hoje estou como naqueles tempos. Com vontade de entrar no meu refúgio, trancar a porta e deixar entrar “Os Maias”. Ficar ali absorta pela impossível história de amor, tão impossível quanto o amor parece para mim nesses dias.



3 comentários:

Bailarina disse...

Não. Não e não. É hora de reabrir as janelas da vida!

Bailarina disse...

E eu choro toda vez que escuto essa música. Pra variar, hj não foi diferente. tsc, tsc...

Solange disse...

Vivi tem razão, é hora de coisas novas, de surpresas, mas e pincipalmente FINAIS FELIZES.