quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

"Primeiros (e definitivos) Erros"



Se fosse fazer um ranking das minhas músicas preferidas, “Primeiros Erros”, do Kiko Zambianki (mas que a gente ama na voz do Dinho, do Capital Inicial) estaria entre as cinco mais queridas.

Fazia tempo que não ouvia essa música, já que nos últimos tempos a obsessão pela música do Drexler toma conta da minha vida. Os versos ficaram martelando na minha cabeça. “Se um dia eu pudesse ver, meu passado inteiro e fizesse parar de chover, nos primeiros erros, meu corpo viraria sol, minha mente viraria sol, mas só chove, chove...”

Os erros. Ah! Sempre os erros. E a dificuldade de voltar atrás e consertar. Essa idéia tomou conta de mim, ficou me espreitando o dia todo e embora eu fizesse de conta que não era comigo, lá estava a minha mente apontando para os erros, os primeiros, os costumeiros, os inevitáveis erros.

O erro do dia? Ter comprado por puro impulso um sapato preto porque queria combinar com um vestido. É claro que tenho pelo menos uns dez pares de sapatos pretos, mas nenhum parecia adequado. Depois de passar um dia inteiro com aquele sapato me apertando, maltratando meus pés, fiquei me penitenciando por mais uma compra feita não pela necessidade, apenas porque havia um vazio que não podia ser preenchido de outra forma. Se não é possível mitigar os males da alma, vamos ao shopping.

Sinto-me muito alegre nos últimos dias, mas percebo que algo não está exatamente bem. Sei disso porque comprei uma estante de uma colega que está fazendo um “garage sale”. Eu não estou precisando de uma estante, não como essa. Ontem eu comprei uma faca elétrica. Eu sempre desejei uma e afinal, vai ser a festa do Giovani, eu vou servir pernil e imaginei que seria impossível cortar essa carne da forma tradicional. Comprei também uns copos, na verdade, uma dúzia. Eu tenho problemas com copos. Sempre quero comprá-los. Como já estava mesmo na Casa do Rio Grande do Sul, aproveitei para comprar outras quinquilharias domésticas.

Bem, hoje comprei um edredon. Sai pelo shopping (por um infortúnio eu trabalho em um) e não conseguia pensar em nada que eu quisesse, quando súbito, me dei conta de que queria um edredon. Comprei. Afinal, “chove, chove, chove”...

Erros. Sempre os erros. E esses nem são os piores. O que dizer daquele amor que você perdeu porque tentou de forma demasiada ser ele e não você? E aquela conversa que você abreviou porque jurava que ia encontrar a pessoa em poucos dias, mas ela se foi antes que essa oportunidade chegasse? E aquela garota que você passou meses achando que era uma chata de galochas e no fundo era uma amiga inigualável e agora você tem que passar anos sem vê-la, porque a distância fez o favor de juntá-las e separá-las, tudo ao mesmo tempo agora? E o que dizer daquela amiga que você acolheu e que hoje não fala sequer um “oi”? E o tempo enorme que você perdeu querendo que seus filhos fossem pessoas que eles não estavam vocacionados a ser?
E todos os atalhos que você vive escolhendo, mesmo sabendo claramente que esse caminho não te levará a lugar algum?

Enfim, como saber que os erros são erros? Você sabe? Eu, não.






6 comentários:

Bailarina disse...

Bom, exercendo a minha mais autêntica postura, que é de uma Pollyanna SEMPRE contente, eu acho que vc deve sair dessa corda bamba de analisar a vida pelo viés dos erros e tentar enxergar os acertos. Você não perde nada fazendo isso, e, no mínimo, ganha um pouco mais de entusiasmo interior. Daí, os edredons, sapatos, facas elétricas e tudo mais que a gente não precisa, não farão a menor falta. Se a vida viesse com um manual, seria bem mais fácil, mas, o mistério é saber começar de novo sempre depois do erro. Esse comentário está parecendo livro de auto - ajuda, mas, comigo costuma funcionar! Ou, então, estou errando e não sei! Acontece nas melhores famílias... Beijo grande

Equilibrista disse...

Querida, como já te adiantei, meu Blog vai mudar de nome. Vai ser "Para Vivi", afinal parece que você é minha única e fiel seguidora. É nosso destino. Malucona e Maluquete. (rs) Bem, com perdão da ousadia, eu diria que os erros menncionados no post são uma "licença poética". Uma desculpa para escrever. Você sabe que não corro dos erros. Eu corro para eles. (rs) Lembra? "Vivendo e aprendendo a jogar. Vivendo e aprendedo a jogar, nem sempre ganhando, nem sempre perdendo, mas aprendendo a jogar". Bjs minha amada sobrinha. E obrigada por tornar meu sábado ainda mais legal, depois de seu telefonema.

Unknown disse...

Tiazinha....acho q podemos tomar os erros como uma espécie de prenúncio para o acerto! Como é q podemos experimentar o acerto se não soubermos ERRAR!?! É aquela história....Como sei o q é a alegria se nunca experimentei a tristeza?!?
Maassss, isso não significa exatamente q gosto de errar...afinal..sou filha do Brasil e neta da Dona Guigui!

Bailarina disse...

A Eliane agora é uma BLOGGER? Não creio! Sabe o que é pior? Ela não nos deixa entrar no perfil dela! Como assim? Páginas secretas????

Equilibrista disse...

Lindas, uma honta tê-las aqui.Elis, jamais colocaria você na categoria das "errantes". Você herdou o que há de melhor da tradição de "papai" e "vovó", a capacidade de nos enganar direitinho.(rs)Bjs

Unknown disse...

Hahahaha...Pois é! Mas se vc descobriu é pq estou ERRANDO...meu disfarce de não errante não anda assim tãããoooo perfeito! Psssiuuuu!!!!
Vi, não aquele plano do blog invisível não foi para o ar (AINDA)!!!
bjs minhas lindas