sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

"Buenos Aires com escala em Guarulhos"


Dia 1 - 27/01/10 - Por volta de 13 horas. Aeroporto de Guarulhos, São Paulo.
Absolutamente inusitado: quatro mulheres vestidas com estampas florais miúdas e toucas no cabelo. Apesar do calor, grossas meias pretas. Mórmons? A péle corada, como se fossem bonecas de porcelana, mas parece que nunca receberam um raio de sol. Eram conduzidas por um jovem vestido com "terno" preto e chapéu que lhe dava uma aparência austera, embora, seguramente, não tivesse mais que trinta anos. Pareciam saídos de um filme de época e atirados em um cenário contemporâneo. Muito bizarro!

Minutos depois.............

Um homem no celular tenta dissuadir alguém do outro lado da linha a não se matar. A conversa é tensa. Ele anda de um lado para outro atordoado. Alterna voz firme e meiga. Eu fico angustiada. A preocupação dele é genuína. Alivido ele desliga e senta. Passa a mão pela cabeça e liga novamente. Anda prá lá e prá cá. Ele diz: "não chora". Só escuto isso. Então ele liga novamente. Relata que alguém está sob controle. Ele tranquiliza a pessoa: "fica tranquila que a Rosa já foi prá lá". Eu fico aliviada. Ele conta que perdeu um vôo internacional e que estava no aeroporto desde o dia anterior. Diz que estava irritado, mas agora entende que havia uma conspiração celeste para que ele estivesse ali e pudesse agir e evitar essa tragédia familiar. "Não chora", ele repete. Eu já marquei uma sessão de terapia. Ele sai.

A TAM convida os passageiros do vôo 8018 para embarque imediato, portão 4A, piso inferior. Eu vou. Eu fui. Eu cheguei lá....
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Comida de Avião: a experiência mais próxima que já tive de comer plástico.

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