sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

"De caso com a Máfia"


Bem, tem aquela máxima de que “pobre não tem sorte”! Pois bem, depois de toda uma epopéia para montar meu momento praia, eu morri na areia. Minha companheira teve dengue e a viagem foi cancelada. Fazer o que? Aceitar que as coisas só acontecem quando têm que acontecer.


Na falta de uma viagem para Maceió tenho feito viagens diárias ao mundo da preguiça e do “dolce far niente”. Passo horas assistindo os últimos lançamentos do cinema – aqueles de 30 anos atrás – em especial. E foi por conta disso que dia desses revi a trilogia de “O Poderoso Chefão”. É claro que há filmes incríveis que poderiam figurar no meu ranking de preferidos, mas esses, em particular, resumem meu fascínio pelo cinema, pois tratam de temas universais como o amor, a violência, o poder, honra e a família. Há nesses elementos, ingredientes para discutir por vários ângulos como a sociedade está estratificada.


Eu gosto dessa trilogia, porque ela me parece, sobretudo, uma história sobre família ou como os valores e a cultura familiar podem mudar os rumos de nossa vida, mas, também, como não podemos fugir de nosso destino. O enredo dos três filmes foi construído para mostrar como estamos fadados a repetir a trajetória de nossos pais, ou a pagar pelos erros que eles cometeram, mesmo com a melhor das intenções. Todos terão que ajustar contas e não necessariamente, elas são resultado de uma decisão nossa.


Outro dia alguém me falou que somos feitos de energia e nem sempre, da nossa própria, mas muito da energia de nossos antepassados. Eu confesso que esse tipo de assunto não me atrai muito, eu não sou do tipo que fica pensando nisso, mas acho que pode haver algum sentido.


Gosto muito dessa trilogia – ainda estou falando de “O Poderoso Chefão” - pois ela não segue a lógica cega de Hollywood – embora eu adore Hollywood e toda sua fantasia – mas trata-se de uma obra que valoriza de uma forma rara, a interpretação dos atores, que se sobrepõe, ao contrário dos filmes atuais, aos efeitos especiais. Toda essa trama e a coleção de astros de primeira grandeza estão embaladas por uma trilha sonora que é primorosa.


Curiosamente, no primeiro filme, o filho do personagem de Michael Corleone é batizado numa cena que de certa forma é também a consagração do personagem de Michel como o “dom” que não pode mais retroceder na sua opção pelo mundo do crime. A criança que aparece na cena é Sofia Coppola, filha do diretor do filme, que depois viria a ser uma diretora responsável por filmes muito bacanas como “As Virgens Suicidas”, “Encontros e Desencontros” (que é meu preferido) e Maria Antonieta, uma versão pop da rainha francesa.


E por falar em bom cinema, aliás, ótimo cinema, tive a grata surpresa de conferir “El Secreto de Sus Ojos”, um filme argentino do mesmo calibre de “Nueve Reinas”. Aliás, por falar em Argentina, é para lá que irei na próxima quarta-feira para minha, finalmente, merecida viagem de férias. Curiosamente, já que essa é a palavra do momento, eu terei a alegria de participar da “lua de mel” da minha sobrinha Viviane. Afinal, não basta ser tia, tem que carregar o castiçal. Que assim seja!

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