sexta-feira, 25 de junho de 2010

Tiete

Os que me conhecem de perto sabem que só há uma coisa que gosto mais de comprar do que livros: sapatos. Meu gosto é eclético e só não há espaço para os livros ridículos de auto-ajuda e me desculpem os seguidores, mas no dia em que comprar um livro de Paulo Coelho, podem preparar a camisa de força.

Entre os meus escritores favoritos está um inglês chamado Nick Hornby. Ele me ganhou com um livro chamado “Alta Fidelidade”, que relatava um obstinado colecionador de rankings. Explico. O personagem tinha o hábito de fazer listas. Em especial, das melhores músicas, das melhores bancas de rock, das melhores e piores namoradas, dos foras mais ou menos bizarros. Ele tinha uma loja decadente de discos de vinil, um relacionamento complicado e enfim.... não é exatamente para contar dele que escrevo aqui. Só para ficar nesse autor, depois li o “Grande Garoto” e “Febre de Bola”. Todos, aliás, viraram filmes bem legais. Bem recentemente li seu último livro que se chama “Juliet, nua e crua”. Em suas obras há duas referências obrigatórias: música e futebol.

Ao ler “Juliet” senti uma identificação imediata com o personagem, pois na primeira parte do livro ele nos fala da obsessão de um homem por um astro do rock que se recolheu ao ostracismo quando fazia sucesso, deixando em orfandade um grupo de fãs. Esses, por sua vez, passam a se alimentar dos boatos do que teria acontecido ao ídolo e sobre os motivos que o fizeram abandonar, súbito, sua trajetória de sucesso.

Numa das ótimas passagens do livro, o personagem, que vive numa pacata cidade da Inglaterra, viaja com sua mulher para os Estados Unidos para seguir os últimos passos que esse pop star teria percorrido antes de abandonar os palcos. Esse tour, incluía, inclusive, um banheiro de um bar decadente, onde, especulava-se, teria tido uma espécie de visão e decidido deixar a glória para virar história.

Enfim, faço esse relato para contar que ao ler “Juliet”, pude perceber quanto é bizarra a obsessão de alguém quando se torna “tiete”. É como se fossemos tomados por um vírus letal, inoculado uma espécie de veneno que rapidamente se dissemina pelo sistema nervoso e nos torna reféns de patetices inacreditáveis, como ter dois ou três discos – e falo do mesmo título – por medo de que algum possa se perder ou estragar. Ver três apresentações seguidas do mesmo show, sentada na primeira fila, viajar a Montevidéu...E claro, aqueles que me conhecem de perto, sabem que me refiro a obsessão por Jorge Drexler.

E aqui, finalmente chego ao motivo desse post, que não é falar de Hornby ou de Drexler, mas contar como cheguei ao “El cuarteto de nos”. Simplesmente porque houve um tempo em que tudo que pudesse me remeter ao Drexler, era importante. O que não foi de todo mal, tendo em vista que graças a esse devaneio, tive a oportunidade de conhecer Kevin Johansen, Bajofondo e Supervielle, Fernando Cabrera e outros.

Mas voltando ao “El cuarteto”... eu os encontrei por acaso, ao ver um clipe de uma música divertidíssima, e fui surpreendida por saber que além da riqueza melódica e poética de Drexler, o Uruguai tinha um grupo de música pop, que mal comparando poderia ser colocado no nível do “Ultraje a Rigor”. Com letras irreverentes e um estilo meio Beatles ou Monkees de tocar. E sim, Vivi, eu acho que você deve experimentar, pois aquele disco que comprei por ai, não é das melhores coisas desses músicos. Portanto, atendendo seu pedido, o telegrama musical de hoje é prá você. Ou porque não dizer, “hoje a festa é sua, hoje a festa é nossa é de quem vier, quem quiser....”

Besitos.
PS - 1 A Vivi não é mais japonesa.
PS - 2 Por falar em futebol, tenho torcido loucamente pelo time do Uruguai e aquele Forlán... Deus do céu, me acuda e guarde.




4 comentários:

Solange disse...

Acordou tarde hoje, hein amiga?
Mas, cheia de inspiração !!
Prepare-se, vamos fazer colar.
Beijos

Equilibrista disse...

Pois é...perdi a hora! (rs) Aliás, eu e você, que não apareceu para fazer colar.Bjs

Bailarina disse...

Ai, que saudade de tudo...ou quase tudo! Não tenho saudade desse look japonesa! kkkkk Não pude ver ainda os videos, estamos num day off! Sabe por que, né? Maldito Lost! Depois eu volto! Bjs

Equilibrista disse...

O problema é que ao final de Lost, a gente continua mais "lost" do que nunca. Bjs