quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Pode ser mais que um sonho


Vi um filme pertubador. Não é uma obra-prima, mas deixou-me bastante inquieta, talvez porque trate de uma questão que esteja permeando o atual momento da minha vida.

“Foi apenas um sonho” (Revolutionary Road) fala sobre uma mulher e sua dificuldade de ajustar-se ao “way of life” americano. Embora esteja ambientado na década de 50, talvez 60 é bastante atual, se considerarmos que a sensação de “não pertencimento” é atemporal.

Destaco a mulher, embora a história trate de um casal. Acontece que Kate Winslet que vive a protagonista é maior que sua personagem e mais uma vez faz um par discrepante com Leonardo Di Caprio, que continua com a mesma cara de menino dos tempos de Titanic.

A angústia da personagem é o ponto central da trama. Ela não se conforma – no sentido mais literal da palavra – em ser apenas uma dona de casa enquanto seu marido faz carreira numa empresa que está longe de ser o seu ideal profissional.

Fiquei ofegante ao vê-la fumando desenfreadamente para dar vazão à frustração diante de um destino que não quer viabilizar, mas que ao mesmo tempo parece ser sua única alternativa.

O que fazer quando o script que te querem fazer seguir não parece adequado ao que você deseja viver? Como romper com uma situação para a qual parecemos predestinados? Como superar o bloqueio imposto não apenas pelo seu núcleo familiar, mas que contamina a todos que estão à sua volta?

A decisão de romper com as regras pré-estabelecidas vai desencadear mudanças em vários níveis. A relação afetiva será impactada e uma conspiração de forças sobrenaturais vão agir para devolver a situação à sua pseudo normalidade. É assim na vida real também.

A solução encontrada pela personagem é drástica, mas ao final ficamos com a incômoda sensação de que quebrar a ordem das coisas pode resultar em perdas que nem sempre estamos prontos para suportar.

A música que escolhi para acompanhar esse post pode parecer inadequada, mas ao ouvi-la posso fechar os olhos e vislumbrar um outro desfecho para essa e outras histórias que pressupõem uma escolha. Eu recomendo: Não desista “de querer mais do que você pode ter”.


Um comentário:

Anônimo disse...

To curtindo ler vc... Não tinha me interessado pelo filme... mas gostei de vê-lo na vida real... srsrrrs... Bjo!